A Revista DIALOGOS DE SABERES inserida na ‘REDE INTERNACIONAL: DIÁLOGOS DE SABERES E PRÁTICAS SOCIOAMBIENTAIS’ tem como foco central discutir temáticas na interface sociedade e natureza, com abordagem de teorias complexas nos vários campos do conhecimento e ações concretas ancoradas na ética da sustentabilidade, numa visão multidimensional e abrangente.

A perspectiva que norteia este periódico, de caráter on-line, é constituir-se em um denso circuito dialógico entre pensadores e ativistas de diferentes continentes, com vistas a trocar idéias e experiências para a formação de uma consciência planetária, que leve em conta a diversidade cultural e natural dos diferentes povos que habitam a biosfera terrestre: povos das cidades, povos do campo, povos do mar, povos dos rios, povos da floresta.


Diante da cultura de extermínio que rege a modernização contemporânea entende-se ser imperiosa a construção de um novo projeto civilizatório, em bases sustentáveis, fundado em nova racionalidade social, produtiva e ambiental, tendo como horizonte a justiça social.Compreende-se que o diálogo de saberes deve envolver diferentes atores sociais presentes nas distintas esferas do mundo contemporâneo: acadêmica, não-governamental, governamental e a dos movimentos sociais.

O diálogo com as esferas governamentais implica tanto no olhar crítico das políticas públicas socioambientais instituídas pelos diversos estados nacionais e regimes ambientais internacionais, como na ação jurídica contra crimes ambientais e na proposição de formas alternativas de cuidados e proteção dos bens socioambientais. Daí a importância de explicitar as formas de gestão participativa que levem em conta, ademais de diversos outros aspectos já referidos, a gestão coletiva dos territórios e da democracia ambiental (ação coletiva).

De outro modo, a proposta desta revista consiste em travar um fértil diálogo de saberes entre o pensamento científico complexo e matrizes de pensamento e conhecimento distintas da cultura ocidental dominante - como, por exemplo, epistemes e ricas experiências das chamadas sociedades tradicionais -, com vistas a resgatar seus saberes recodificados para que contribuam na instituição de novas formas societárias.

Entende-se, assim, que tal proposta tem o intento de gerar tanto novas configurações paradigmáticas de caráter interdisciplinar ou transdisciplinar, como o de gerar novos modelos de conhecimento oriundos do circuito dialógico entre os chamados saberes científicos e saberes patrimoniais.

Ademais, um variado leque de outros temas concernentes à problemática socioambiental, se inscrevem na abordagem temática desta revista: referem-se a complexas dinâmicas rurais, costeiras e urbanas, em suas múltiplas dimensões, focadas sob o olhar histórico, sociológico, geográfico, econômico, antropológico e ecológico, etc.; assim como, temas gerais atinentes ao desenvolvimento sustentável, aquecimento global e mudanças climáticas, globalização e/ou mundialização, novos paradigmas,  para citar alguns exemplos, devem ser contemplados no debate a ser instaurado entre os diversos autores de distintas áreas do conhecimento, seja em sua empiricidade, seja em suas bases teórico-metodológica e epistemológica.

Nesses termos, a presente revista visa instituir um debate fecundo, em âmbito regional, nacional e internacional, entre as distintas formas de conhecimento e experiências concretas, num espectro amplo de temas e abordagens socioambientais consoante aos desafios postos pela contemporaneidade.