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O LEGADO DA LIBERDADE NORTE-AMERICANA AOS IRAQUIANOS!!!!

(12/04/03)


Caos e saques: aumenta a indignação contra os EUA em Bagdá

BAGDÁ Três dias depois da entrada dos tanques americanos em Bagdá, os iraquianos perdem a paciência diante da passividade dos soldados da coalizão, incapazes de controlar os saques, a desordem e a destruição da capital. 'Bagdá é como um grande barco à deriva. A dor e a morte aumentaram depois que as tropas americanas entraram na cidade. Era um local precioso. Mataram a vida que havia na cidade', afirmou hoje Salah Jamir, um comerciante do bairro de Chorga, no Centro.


Os edifícios oficiais em chamas, os ministérios completamente saqueados, civis armados para proteger suas propriedades, as ruas convertidas em um verdadeiro formigueiro de ladrões: o quadro desolador enche de lágrimas os olhos de muitos iraquianos que se dirigem, inutilmente, aos tanques americanos para pedir ajuda. 'Não somos ladrões. Esta gente rouba porque pensa que tudo pertence a Saddam. Eles foram privados das coisas mais essenciais durante muito tempo e agora levam tudo sem saber a quem pertence', disse Safar Hasem, um joalheiro de Bagdá que foi obrigado a esconder toda a mercadoria em casa para evitar os saques.


Os habitantes da capital condenam os soldados americanos, a sua passividade diante do caos reinante, e também pelo fato de terem abandonado os iraquianos à própria sorte, sem governo e sem polícia. 'Precisamos de segurança. Só eles têm o poder para acabar com este desastre', disse Abdel Hussein Hattab. Já o professor Amar Al Kaadi, que assistia impassível à destruição de uma estátua de Saddam Hussein, acusou o Exército americano de contribuir para a anarquia. 'Os tanques destruíram a porta do banco Rafidain, no bairro de Al Jamila, instigando a população a entrar e roubar tudo. Fizeram o mesmo na sede do partido Baath e nos ministérios. Eu vi!', garantiu.


'Se este caos durar mais um mês, lutaremos contra os americanos e os expulsaremos daqui. Destruíram nosso país, que é uma civilização antiga. Não é como os Estados Unidos, que não têm história nenhuma', advertiu Hassem Jalil Fahed. 'Por que vigiam apenas o ministério do Petróleo e deixam que nossas universidades, escolas e museus sejam destruídos? Era necessário também bombardear a televisão, a empresa de eletricidade? O povo de Bagdá está assustado', acrescentou.


No coração de Bagdá, vários centros comerciais estão ocupados por ladrões. Muitos hospitais também foram saqueados. Em muitos armazéns, vizinhos roubam peças de ferro, mercadorias e gasolina, diante do olhar atônito de um grupo de iraquianos. 'Que espécie de liberdade os Estados Unidos nos ensinam?', pergunta Adnan Hassen, mostrando uma parede derrubada por um tanque americano, que permitiu a entrada de ladrões.



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