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General chileno confessa 580 mortes e culpa Pinochet

(13/05/05)


Santiago - O general da reserva Manuel Contreras, de 75 anos, que foi chefe da polícia repressiva da ditadura militar chilena, confessou que sua organização assassinou cerca de 580 supostos dissidentes e responsabilizou pela repressão a Junta Militar, comandada pelo general Augusto Pinochet, informou seu advogado. Juan Carlos Manns disse que Contreras elaborou uma confissão de 30 páginas para que inocentes não sejam condenados. O relatório foi entregue pelo advogado à Corte Suprema, ao Conselho de Defesa do Estado e ao Ministério da Justiça.

Contreras, que foi chefe da Direção de Inteligência Nacional (Dina), entre 1973 e 1977, cumpre, com um grupo de colaboradores na polícia secreta, pena de 12 anos de prisão pelo desaparecimento, em 1975, do militante de esquerda Miguel Angel Sandoval Rodríguez.

Segundo o advogado, no relatório Contreras confirma o nome das cerca de 580 vítimas, o destino final dos corpos e os organismos e pessoas que participaram dos crimes. Manns acrescentou que os restos das vítimas estão enterrados nas imediações de Santiago, sem dar detalhes. Uma investigação oficial de 1991 indicou que sob a ditadura de Pinochet foram assassinados 3.197 opositores e apontou a Dina como uma das responsáveis pelas piores violações dos direitos humanos.

O advogado disse que Contreras "também assume a responsabilidade que lhe possa corresponder, de tudo, deixando seus subalternos livres de qualquer responsabilidade." Na carta, Contreras diz que foi a Junta Militar, da qual Pinochet era o chefe, que deu ordens de reprimir os grupos opositores.



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