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Bush, um crime contra a humanidade (Kennedy Alencar)

(08/10/04)


A recente confirmação de inspetores americanos --acima de suspeita, portanto-- de que Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa no Iraque pré-George W. Bush é prova de que o presidente dos Estados Unidos cometeu um crime contra a humanidade.

Reforça ainda a convicção maior a cada dia de que foi um erro ter invadido o Iraque, país que vive banhos de sangue cotidianamente devido à arrogância e inconsequência do atual ocupante da Casa Branca. Se isto não é um crime contra a humanidade, deve ter mudado de nome.

Após a divulgação do relatório de inspetores americanos afirmando que não havia estoques de armas de destruição em massa no Iraque de Saddam, Bush admitiu essa "falta", mas insistiu na tese de que o ditador era uma ameaça. É um mistério que ameaça aos EUA ele seria sem tais armas.

"Os Estados Unidos são mais seguros hoje com Saddam Hussein na prisão", disse mais de uma vez Bush. Bobagem. Com certeza, o Iraque e o mundo seriam muito mais seguros com Bush e seus falcões na prisão.

Foi a invasão do Iraque pelos americanos que facilitou a entrada de terroristas naquele país, onde encontraram uma fronteira para enfrentar diretamente soldados dos EUA e barbarizar covardemente a vida de civis.

Não transigir com o terror é bem diferente de combatê-lo com uma estratégia parecida, que é o que faz Bush. Ao arrombar portas e acirrar ódios, serve de inimigo ideal para quem não se importa com o massacre de crianças, como as de Beslan (Ossétia do Norte).

Antes da queda de Saddam, um ditador sanguinário que merecia ter sido deposto pelos próprios dos iraquianos (algo improvável) ou pela pressão da comunidade internacional (possibilidade real se os EUA a tivessem capitaneado com o mesmo vigor que usaram na guerra), o Iraque era melhor. E isso é outra dura e triste constatação.

Bush destruiu um país e vidas inocentes por nada ou quase nada. Tomara que o eleitorado americano saiba punir um crime abominável votando no democrata John Kerry nas eleições presidenciais de 2 de novembro.

À ONU (Organização das Nações Unidas), que deveria se envergonhar do papel a que foi reduzida, caberia alguma iniciativa para punir os EUA. Ou deixe de posar de defensora de uma ordem mundial multipolar. Está difícil acreditar nessa conversa fiada.



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