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44% dos latino-americanos vivem em favelas ou bairros pobres, diz Cepal

(18/01/05)


44% dos latino-americanos vivem em favelas ou bairros pobres, diz Cepal


EDUARDO CUCOLO
da Folha Online

Cerca de 44% da população da América Latina vive em favelas ou bairros com infra-estrutura precária, segundo o estudo "Pobreza e Precariedade do Habitat nas Cidades da América Latina e Caribe", divulgado hoje pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe, órgão vinculado à ONU).

Como infra-estrutura precária a Cepal considera desde a falta de acesso a serviços básicos como água, esgoto e iluminação até problemas com a regularização de terrenos e moradias junto aos órgãos públicos competentes.

Nas áreas metropolitanas, as condições de vida são menos agudas em relação à infra-estrutura básica, mas por outro lado há um número maior de moradias em situação irregular, como invasões de prédios e terrenos, obras não vistoriadas ou que não atendem especificações de segurança.

O trabalho também mostra que a região é uma das mais urbanizadas do mundo --75% da população desses países vive em cidades-- e que há uma tendência de crescimento dos centros urbanos onde já existe uma acentuada pobreza.

Nos próximos 15 anos, a população das grandes cidades da região aumentará cerca de 2% por ano --3% nos países mais pobres da América Latina (Bolívia, Guatemala, Haiti, Honduras e Paraguai).

Esse quadro representa um aumento na necessidade de investimentos para evitar que haja uma deterioração maior das condições de vida das populações da região.

"O grande desafio é prover de saneamento adequado cerca da metade dos lares pobres existentes nos centros urbanos", diz o documento.

Joan Mac Donald, responsável pelo estudo, propõe que esses países estabeleçam um plano de "emergência" para que as cidades da região possam reduzir os quadros atuais de carências e exclusão social.

O estudo da Cepal foi divulgado no mesmo dia em que a ONU apresentou um relatório sobre os desafio para se implementar as chamadas Meta do Milênio, que tratam de questões como a erradicação da fome e da extrema pobreza no mundo.



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