CASLA - FILMES


LOST ZWEIG - Filme de SYLVIO BACK

(Drama)

(2003)


LOST ZWEIG - Filme de SYLVIO BACK

(10/03/03)




35mm., cor, 114min.


Última semana de vida do escritor judeu austríaco Stefan Zweig, autor do livro "Brasil, País do Futuro" e de sua jovem mulher, Lotte que, num pacto ainda hoje cercado de mistério, se suicidam em Petrópolis (RJ) após o Carnaval de 1942, ao qual haviam assistido. Um gesto que ainda hoje, sessenta anos depois, desperta incógnitas e assombro pela sua premeditação e caráter emblemático.



Roteiro


Lost Zweig narra a derradeira ronda que o escritor judeu austríaco Stefan Zweig (60 anos), autor do famoso livro, “Brasil - País do Futuro”, e sua jovem esposa, Lotte (33), empreendem ao tempo e à morte.

Tudo transcorre entre o domingo de Carnaval e a segunda-feira da semana seguinte, 23 de fevereiro de 1942, nas cidades de Petrópolis e Rio de Janeiro.

Em biografias que se sucedem deste então, principalmente, na Europa, excetuando-se a do jornalista brasileiro Alberto Dines, "Morte no Paraíso" (1981), na qual é baseado o roteiro de Lost Zweig, todas se remetem à vida e obra do escritor em Viena, Paris, Londres e Nova Iorque, e nenhuma detém-se em esmiuçar os seus dias terminais entre nós.

Além de alguns programas de televisão europeus e o documentário "Zweig: A Morte em Cena" (43 min., cor/PB), de Sylvio Back, produzido pelo Instituto Goethe do Rio de Janeiro em 1995 para a TV alemã por assinatura, 3Sat, Lost Zweig é o primeiro filme de longa-metragem, com exibição e distribuição internacionais - cujo roteiro, calcado na obra e correspondência do escritor e no testemunho de contemporâneos - a ficcionar a tragédia dos Zweig no Brasil.

A originalidade de Lost Zweig reside, exatamente, no resgate ficcional da "vida brasileira" de Stefan Zweig, uma espécie de elo perdido da sua biografia: a tensão entre as recordações da "dourada era da segurança" européia pré-Hitler e a nostálgica ilusão de reencontrá-la no Brasil; Zweig, sofrendo com o exílio, é hostilizado pela publicação de “Brasil – País do Futuro”; o inusitado encontro dele com o Orson Welles filmando o seu inconcluso documentário “It’s All True”, e as perigosas relações do escritor com a ditadura Vargas tentando obter vistos de permanência no Brasil para judeus que fogem, como ele, da perseguição nazista na Europa.

Tudo permeado por um tortuoso conflito entre a ex-mulher Friderike e a atual, Lotte, enquanto ele vai se deixando levar pela idéia da morte como o supremo sacrifício de um humanista ante a decadência moral do mundo.

Apaixonado pelo Brasil desde a primeira visita em 1936 - "... se algures na Terra existe o Paraíso, não pode estar longe daqui" (fazia suas as palavras de seu biografado Américo Vespúcio) -, Zweig veio mais duas vezes, e na segunda em 1941, para ficar, fugindo do nazismo que já lhe queimara os livros em praça pública.

Autor de mais de cinqüenta novelas, romances, poesia e inúmeras biografias, Stefan Zweig acredita na inevitável vitória da barbárie nacional-socialista, de que a Europa toda cairia definitivamente sob o jugo de Hitler. Esses presságios, que pontuam a narrativa de Lost Zweig, o enlouquecem nos últimos meses de vida.

Sobrecarregado pelas evidências da guerra (Pearl Harbour, a queda de Cingapura), imbricado a uma crescente crise pessoal, Zweig prepara-se - quase cientificamente - para o fim. E mata-se com a esposa num pacto escamoteado aos poucos e mais fiéis amigos. Na carta-testamento, que é uma declaração de amor ao Brasil, confessa: "Eu, demasiadamente impaciente, vou-me antes".

Morreu tão só quanto viveu, mas com certeza desiludido com a provisória neutralidade da América do Sul: navios mercantes brasileiros são torpedeados por submarinos nazistas na costa do Atlântico. Stefan Zweig teria dito ao ouvir a notícia no "Repórter Esso": "A guerra chegou ao paraíso!"

Em Lost Zweig, Stefan Zweig - como homem e intelectual de vocação cosmopolita - erige-se de uma modernidade à toda prova, ele que defendia uma Europa sem passaportes e com moeda única, era um pacifista, antibelicista e humanista, militante solitário de suas idéias e convicções. Um homem à frente de seu tempo. E de todos os tempos. -



Elenco

Rüdiger Vogler e Ruth Rieser

com Renato Borghi, Daniel Dantas, Ney Piacentini, Claudia Netto, Juan Alba, Ana Carbatti, Odilon Wagner, Kiko Mascarenhas, Katia Bronstein, Denise Weinberg, Thelmo Fernandes, Michael Berkovich, Felipe Wagner, Carina Cooper, Silvia Chamecki, Isaac Bernat, Alexandre Ackerman, Garcia Júnior, Jorge Eduardo, Marcela Moura e Waldir Onofre.


Produção USINA DE KYNO

Co-produção CALLA PRODUCTIONS (EUA)

ESTÚDIOS MEGA/TIBET FILME

LABO CINE DO BRASIL
QUANTA
RIOFILME
TV CULTURA DE SÃO PAULO

Apoio FUNDAÇÃO CULTURAL PETRÓPOLIS e PREFEITURA DE PETRÓPOLI


Baseado no livro "Morte no Paraíso",
de Alberto Dines

Técnico de som José Moreau Louzeiro

Trilha musical Guilherme Vergueiro Raul de Souza
Direção Sylvio Back





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